TT News: PONTOS A RETER

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

PONTOS A RETER

Publicada por Good News

O ano de 2009 marca a mudança de patrocinador no rali organizado pela Secção de Motorismo da Sociedade Artística Reguenguense. Depois de 20 anos ligado a outra marca de vinhos, a marca Ervideira (Ervideira Sociedade Agrícola Lda) associa-se à prova que inaugura o Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno.
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Com uma estrutura que envolve cerca de 300 pessoas, a prova reguenguense terá novamente o seu centro nevrálgico no Pavilhão Multiusos do Parque de Feiras e Exposições de Reguengos de Monsaraz.
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A Super Especial de abertura vai desenrolar-se numa pista especialmente construída para o efeito, em terrenos junto à Adega dos Vinhos da Ervideira e com grande visibilidade. Os últimos 2 km serão também coincidentes com o final dos dois sectores selectivos.
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No sábado, o programa completa-se com uma dupla passagem por um Sector Selectivo de 147 km, com partida a norte de Reguengos e seguindo em direcção a Monsaraz. Vai depois enrolando para a zona de Évora em pistas mais rolantes, algumas completamente novas. A parte final, a partir da Barragem da Vigia, é a mais rápida do percurso.

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Utilizar uma ferramenta como um Blog é, nos dias que correm, algo de absolutamente imprescindível. Já o tínhamos ponderado, mas optámos por aguardar e, assim, criar um espaço devidamente pensado e, mais que tudo, realmente interessante e capaz de captar a atenção de leitores dos mais variados quadrantes.

O que se pretende é tornar as nossas publicações mais acolhedoras e próximas dos leitores algo que as novas tecnologias permitem como nenhuma outra.

No Blog do TT News, e que terá reflexo também no que estamos a construir para o Rally News, pretendemos fazer confluir toda a informação abordada na versão em papel da nossa revista, mas também acrescentar alguns temas passíveis de serem abordados como conteúdo informativo, nomeadamente nos períodos de defeso da competição.

Esperamos encontrá-lo por aqui muitas vezes.

Tito Morão

(tmorao@goodnews.pt)

RESISTIR AOS MOINHOS DE VENTO

Como jornalista do AutoSport, desde Outubro de 1999, e colaborador da Good News, desde o início de 2004, tenho tido o privilégio de acompanhar regular e assíduamente o Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno, quer como profissional, quer também como confesso adepto da modalidade.
Nestes quase dez anos, é evidente que muita coisa mudou, tendo-se assistido a um lento mas progressivo declínio... De facto, longe vão os tempos em que o campeonato era tido como uma referência a nível europeu – até mesmo mundial –, com três marcas envolvidas oficialmente (Mitsubishi, Nissan e Toyota), um leque alargado de estruturas privadas e um troféu monomarca que servia de “porta de entrada” a novos valores. As próprias salas de imprensa reflectiam esta pujança, acotovolando-se os jornalistas, fotógrafos e assessores de imprensa a cada final de etapa, com naturais e evidentes reflexos na imprensa especializada e, sobretudo, generalista.
Lembro, por exemplo, que o AutoSport reserva habitualmente entre seis a oito páginas de reportagem para cada prova, enquanto diários como o Correio da Manhã, Record ou O Jogo tinham pelo menos uma pequena notícia acompanhada de uma foto.
Hoje, infeliz e inevitalmente, os tempos são outros e o aspecto de algumas salas de imprensa é, por vezes, verdadeiramente desolador. Exepção feita ao desportivo A Bola, as referências ao CPTT praticamente desapareceram na Imprensa generalista, sendo o seu espaço substituído por modalidades de reduzido espectáculo e fraco impacto junto do público, também muito por culpa do esforço que algumas federações realizaram na promoção e divulgação das suas modalidades. Pelo contrário, a FPAK abdicou há já vários anos de ter um assessor de imprensa nos seus quadros, como que ignorando os sinais do tempo e colocando-se à margem desta “competição”.
Neste contexto – e permitam-me este pequeno mas sentido desabafo –, é com particular orgulho e satisfação que continuo a dar o meu singelo contributo a esta dupla iniciativa da Good News em publicar o TT News e o Rally News, simplesmente porque ela constitui hoje, e cada vez mais, uma excepção ao marasmo que parece ter tomado conta da modalidade, sob o olhar o olhar cúmplice da federação e dos próprios clubes organizadores, sendo uma das poucas e arrojadas ideias que ajudam a salvar duas disciplinas do (quase) completo anonimato.
Tal e qual os dois campeonatos a que se reporta, também este projecto tem vivido tempos difíceis. Contudo, e por inegável mérito dos seus editores (há quem lhe chame carolice!) e esforço de alguns patrocinadores, tem sabido sobreviver a todas as convulsões, revovando-se periodicamente e iniciando cada ano com renovadas expectativas.
Assim tem acontecido, também, com o CPTT. Apesar de todas as vicissitudes, este é um campeonato que tem conseguido sobreviver ao longo deste difícil e agitada década. Apesar das crises econónicas, da descaracterização de algumas provas, do amadarorismo de algumas organizações, da escalada de custos, da saída de algumas das suas figuras mais mediáticas, da debandada das equipas oficiais ou da falta de um troféu monomarca, mesmo apesar de tudo isto, nada tem conseguido demover os verdadeiros protagonistas. São eles, os conhecidos e anónimos do pelotão, que continuam a manter viva a chama do todo-o-terreno. E é também por eles, e para eles, que continuamos a trabalhar e a resistir a todos os moinhos de vento. Ano após ano.

Jorge Rodrigues (Jornalista)

PREMIAR O MELHOR...

Demorou 10 anos a justa homenagem àquele que, um pouco por todo o lado e quase unanimemente, sempre foi sendo nomeado como o "melhor piloto português de todo-o-terreno". Filipe Campos, ano após ano, e como o vinho do Porto, foi evoluindo, manteve sempre a chama acesa e viu este ano coroada, com o título de campeão nacional, toda a sua determinação e paixão à disciplina.

Não quero parecer injusto e deixar de lado nomes importantes e muito talentosos que neste hiato de uma década (entre o título que Filipe Campos conquistou em 1998, aos comandos de um Toyota Land Cruiser oficial e o conquistado este ano ao volante do BMW X3) contribuíram e venceram, com inteira justiça e total mérito, o título de Campeão Nacional de TT.

Carlos Sousa, João Vassalo, Miguel Barbosa, Rui Sousa, Pedro Grancha fazem parte da galeria de notáveis e são também eles pilotos de créditos e talento confirmados quer com títulos quer com vitórias épicas pelos caminhos de terra lusos. Alguns deles deixaram também a sua marca além fronteiras e por via disso atingiram o topo de uma carreira onde, com meios mais limitados, conseguiram suplantar adversários mais "ricos" e com material de top na categoria.
O que é que faz então de Filipe Campos o melhor? Muito sinceramente só pode ser uma daquelas habilidades natas, fruto de um talento e um virtuosismo que lhe correm nas veias, pois quem o viu, vê e verá passar, integrado na paisagem com a harmonia e a destreza dos predestinados, garante que só ele o consegue fazer daquela maneira.
Filipe Campos não é um profissional das corridas, como o são, por exemplo, Carlos Sousa ou Miguel Barbosa, e não é também um amador. É alguém que guia como poucos e que leva ao extremo toda e qualquer máquina que lhe coloquem nas mãos. Em qualquer prova, em qualquer altura do ano, seja contra que adversários for, o seu nome aparece sempre entre os favoritos, entre os protagonistas da prova.
O título que ele conquistou este ano não é (não pode ser) minimamente beliscado pelo facto de o ter conseguido ao volante de um automóvel acima da média, nacional e internacionalmente considerado como um dos melhores do momento. Bernardo Moniz da Maia, "patrão" e mentor do projecto que colocou nas mãos de Filipe Campos o espectacular BMW X3 preparado e assistido pela X Raid, merece também uma palavra de apreço pelo carácter quase visionário de ter convidado o então "futuro campeão" para fazer equipa consigo. Muitos perguntaram o porquê e para mim a resposta é simples: "junta-te aos bons serás como eles, junta-te aos maus serás pior que eles".
Entendendo ou interpretando a opção de Bernardo Moniz da Maia neste sentido, tiro-lhe o "chapéu" e espero que possa aprender o que tiver a aprender com a convivência com o talento de Filipe Campos e que possa também ele ser coroado com êxitos futuros. É que num panorama negro a nível económico há que saber avaliar as apostas com potencial de rendimento e, na minha modesta opinião, Moniz da Maia apostou no "cavalo" certo e só pode ganhar com isso, seja na notoriedade seja pelo conhecimento que poderá adquirir em privar com alguém que "sabe da poda".
Para o mérito do título de Filipe Campos contribui também a réplica dada, sempre, por Miguel Barbosa e Miguel Ramalho. A dupla tricampeã (2003, 2005 e 2007) e o magnífico Proto Dessoude foram os perfeitos Vice Campeões até porque só eles mereceriam o título se o mesmo não fosse para o portuense. Miguel Barbosa é um dotado piloto, que trabalha muito e que pela dedicação e regularidade demonstrada ao longo dos anos, já merecia uma aposta fora de portas para evoluir e mostrar ao mundo as suas qualidades, qualidades essas que têm "bebido" com mestria toda a experiência e saber daquele que é, senão o melhor pelo menos dos melhores, navegadores do TT português.
A todos estes e outros devotos "militantes" do todo-o-terreno dedico também esta homenagem, contando, já esta sexta-feira (31 de Outubro), vê-los em confronto e superar os "gigantes" forasteiros que fazem na Baja Portalegre 500 um dos seus testes para a época 2009 da Taça do Mundo FIA de TT.

Pedro Cerqueira (Editor Rally e TT News)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

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